segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O Uso do Bauleto em Motocicletas

Opção adequada:
O uso de bauleto é a opção mais adequada e correta para o transporte diário de objetos diversos como luvas, capacetes, etc. Indispensável também em longas viagens para acomodação correta das bagagens.

Questão conceitual:
A maior resistência contra o uso de bauletos ocorre por parte dos motociclistas mais jovens. O argumento é que ele compromete a estética original da motocicleta. Seu uso é realmente inviável nas motocicletas superesportivas. Nas demais motocicletas crescem a cada dia o volume de adeptos desse importante e pratico acessório. Atualmente já é impossível ver uma Big Trail sem seu vistoso conjunto de “case”. Muitas custons do segmento Turing também já vem de fabrica com seu conjunto de “case”, bolsas ou alforjes originais. Recentemente muitos fabricantes de bauletos já estão a disponibilizando também conjuntos específicos para as motos Nakeds.

Praticidade de Uso:
Atualmente todos os bauletos são facilmente removíveis de sua base de suporte. Os fabricantes sofisticaram também o sistema de fechaduras, com apenas uma chave é possível abrir o bauleto ou retirá-lo de sua base de suporte.

Transporte Seguro:
Quando se transporta bagagem de forma adequada nos bauletos aumenta-se muito a segurança de pilotagem no transito e em longas viagens. Transportar capacetes reservas no braço ou nas famosas “aranhas” são soluções que apresentam alto risco para a pilotagem.

Solução para conservação da Motocicleta:
Quando se transporta acessórios e bagagens de forma improvisada em locais não adequados como sobre o tanque ou sobre a rabeta da motocicleta é comum após a viagem observar sinais de desgastes, arranhões e riscos nesses locais, danificando assim definitivamente a pintura. O uso do bauleto evita esse tipo de problema.

Conjuntos completos:
Os fabricantes mais tradicionais disponibilizam atualmente conjuntos completos com bauleto traseiro “top case” e bauletos laterais, com seus respectivos suportes. Lembrando que a opção de baús laterais deve ser feita apenas para as motocicletas de maior porte, em especial as Big Trails utilizadas em longas viagens quando se necessita levar um volume maior de bagagem. Seu uso diário na cidade não é aconselhável, os baús laterais deixam a moto “mais larga” dificultando assim sua circulação entre os veículos.

Comprometimento da Estabilidade:
Muitos motociclistas têm receio que o bauleto comprometa a estabilidade da motocicleta em altas velocidades em rodovias. Na pratica o que se observa é que quando a motocicleta esta com garupa e bauleto em velocidade normal de cruzeiro não existe nenhum comprometimento da estabilidade. É aconselhável reduzir a velocidade em trechos de longas retas “descampadas” quando se viaja com o bauleto traseiro sem garupa.

Capacidade de Carga:
Atualmente a maioria dos fabricantes disponibilizam bauletos em diversos modelos com as mais variadas capacidades volumétricas de carga. É muito importante que o motociclista antes de escolher seu bauleto, pesquise junto ao fabricante da motocicleta, qual é a capacidade máxima de carga sobre a parte traseira da motocicleta. Para se pilotar com segurança, é muito importante também não exceder essa capacidade de carga.

Instalação Correta:
Ao adquirir o bauleto, é comum a base de suporte não ser do mesmo fabricante do bauleto, ou então não ser adequado para seu modelo e tipo de motocicleta. Em muitos casos essa instalação pode comprometer sua segurança e a durabilidade de componentes originais da moto. Procure adquirir o suporte do mesmo fabricante do bauleto, e fazendo a instalação do suporte no mesmo local que vendeu o bauleto e não se esqueça de exigir nota fiscal e garantia total do conjunto total instalado.

Tomas André dos Santos – tasmotos

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Conservação das Pinturas das Motocicletas

1- Considerações Iniciais

1.1 - Diversas soluções:
Existem muitas maneiras se conservar as partes pintadas das motocicletas utilizando-se as mais variadas técnicas e opções de produtos. As sugestões apresentadas nesta matéria são apenas algumas dessas maneiras, e não tem a pretensão de ser a palavra final sobre o assunto.

1.2 - Fundamento:
Este texto e as soluções apresentadas surgiram do resultado pela busca de uma proposta para conservação da pintura de motocicletas, que fosse acima de tudo simples, barata e segura para as partes pintadas da motocicleta em especial o tanque de combustível, os para lamas, as laterais, etc.

1.3 - A quem se destina:
Este trabalho se destina especificamente para aqueles motociclistas que preferem cuidar pessoalmente de sua motocicleta e acima de tudo que “curtem” conservar sua motocicleta, mantendo-a sempre com boa apresentação visual. E ainda que gostam de discutir e debater esse tipo de assunto com outros amigos motociclistas.

1.4 - Eficiência e Segurança:
Um dos pontos pretendidos nesse trabalho é o ponto de equilíbrio entre eficiência e segurança para a pintura. De nada adianta um produto ser excelente para remover qualquer tipo de sujeira das pinturas, se ele não for utilizado de forma adequada para cada situação especifica da pintura da motocicleta.

1.5 - Marcas de Produtos:
A finalidade desta matéria é passar orientações praticas e fundamentos, não é interesse desta matéria citar marcas de produtos. Portanto com o objetivo de evitar problemas comerciais e mercadológicos, marcas não serão citadas, nem haverá discussão e comparação entre as marcas comerciais existentes no mercado. Cabe a cada motociclista pesquisar e adquirir produtos da marca que for de sua conveniência.

1.6 - Forma de apresentação do texto:
Por se tratar de uma matéria técnica com objetivos práticos que visa atender motociclistas com os mais variados níveis de conhecimento e expectativas, a riqueza de detalhes é vital para a explanação e compreensão geral do assunto, se tornando impossível resumi-lo. Para tentar contornar esse problema procurei colocar o maior numero de parágrafos com itens e sub itens, visando facilitar assim a busca do assunto especifico de interesse de cada leitor.

2 - Introdução:

O visual das partes pintadas da motocicleta esta diretamente relacionado com a conservação dessas partes. Com a ação do tempo e a falta de manutenção a pintura vai ficando "feia", ou seja, opaca, riscada, sem brilho, se a motocicleta for periodicamente lavada, ela ficara naturalmente conservada. Imagine que quando você lava, em especial quando você passa o pano e remove os micro-sedimentos, e então a pintura se manterá sempre conservada.

3 - Os tipos de pinturas existentes:

As pinturas automotivas em geral, utilizada nas motocicletas, se dividem em dois tipos básicos, as Pinturas Sólidas e as Pinturas Metálicas.

3.1 - Pinturas Sólidas sem Verniz:
É um tipo de pintura mais antigo, atualmente sua utilização é muito restrita.
Em geral são as pinturas que não contam com a proteção do verniz.
São aquelas que não tem aspecto brilhante e cintilante.
As cores mais comuns encontradas neste sistema são o branco, o amarelo, o vermelho e o preto.
Esse tipo de pintura é muito sensível à ação do tempo, em especial do sol.
Com o passar do tempo ela vai perdendo o brilho, se tornando opaca e sem vida.
Por não ter a proteção do verniz esse tipo de pintura é muito sensível à ação das ceras limpadoras e polidoras, em geral quando se aplica esse produto, o pano de aplicação fica com a coloração da pintura.
Nesse tipo de pintura não se aconselha a utilização de produtos com elevado poder de abrasão.

3.2 - Pinturas Metálicas com Verniz:
É o tipo de pintura mais comum encontrado atualmente em veículos e motocicletas.
Em geral são as pinturas que contam com a proteção do verniz.
São aquelas que tem aspecto mais brilhante e cintilante.
Nesse nos caso dessas pinturas protegidas com verniz, e quando buscamos uma solução, é para o verniz que estamos planejando essa ação.
Se for uma cor metálica com verniz, em hipótese alguma devera soltar tinta na aplicação da cera, mesmo com massa de polimento, ao menos que algum produto químico tenha comprometido o verniz, e assim ele poderá ser removido ao encerar.

4 - Identificando o Estado de Conservação da Pintura:

4.1 - Pinturas Muito Detonadas:
São aquelas pinturas onde o verniz encontra-se sem brilho, muito opaco, e também com muitos riscos, nesse caso o acumulo de micro sedimentos é bem elevado. Para esses casos, após a lavagem, utiliza-se um produto para encerar com maior poder de abrasão, na realidade esse trabalho consiste em remover a parte superior do verniz, é por isso que tem muita gente que diz que não se deve encerar muito a moto. Esse procedimento é recomendado somente para essas pinturas bastante detonadas, geralmente é nesta situação se encaixam os serviços de cristalização, revitalização, etc. Por experiência acredito que cerca de 20% das motocicletas se encaixam neste caso.

4.2- Pinturas levemente detonadas:
São aquelas pinturas onde o verniz encontra-se levemente sem brilho, e também pode ser visto alguns riscos, nesse caso o acumulo de micro sedimentos é médio. Para esses casos, após a lavagem, utiliza-se produto para limpeza com pouco poder de abrasão, na realidade esse trabalho consiste em remover os riscos leves e os micros sedimentos incrustados na parte mais superficial do verniz. Por experiência acredito que cerca de 60% das motocicletas se encaixam nessa situação. Nesses casos o procedimento de encerar a moto pode ser feito com uma cera mais “fina”, com baixa abrasividade, e sem muita pressão, imagine que nesse momento você ira retirar somente os micro-sedimentos que estão fixados sobre verniz, sem iniciar um processo de desgaste nele. Ou seja, vai realmente limpar o verniz. Você descobrira no ato se o serviço esta sendo eficiente ou não, para isso basta usar uma flanela branca e limpa, e observar se a mesma ficou "suja".

4.3 - Pinturas novas ou bem conservadas:
São aquelas pinturas que apresenta apenas riscos bem leves e quase sem acumulo de micro sedimentos, nesse caso não existe a necessidade de se remover quase nada. Nessa situação encontram-se a motos novas a as motos bem conservadas. Por experiência acredito que cerca de 20% das motocicletas se encontram nessa situação. Para esses casos, após a lavagem são recomendados apenas a aplicação de produtos para brilho, normalmente os produtos de uso domestico, como lustra moveis e outros se adaptam bem a essa situação.

5 - Os produtos e suas aplicações:

Os produtos para limpeza e conservação das pinturas em geral são formados por três componentes básicos: solventes líquidos, abrasivos e ceras. Os solventes líquidos são responsáveis pela limpeza química de resíduos e sujeira, os abrasivos são talcos muitos finos e são responsáveis pela remoção mecânica do material sedimentado, e a ceras em geral são responsáveis pelo brilho e proteção. Os produtos existentes no mercado se agrupam em categorias especificas para cada tipo de necessidade e utilização, relacionados conforme as categorias:

5.1 - Produtos e Serviços Profissionais:
Existe uma gama enorme de ceras e polidores especiais para uso profissional para serem utilizados em serviços profissionais como polimento, cristalização, revitalização, etc. Em geral esses produtos tem aplicação automobilística, quase sempre são utilizados com maquinas de polir, etc. Através de minha experiência com base na observação de diversos casos realizados em motocicletas, que apresentaram resultados nada satisfatórios, eu não aconselho a utilização desses serviços e produtos nas motocicletas em geral. Meu principal argumento é que as peças pintadas das motocicletas são de tamanho reduzido, com muitas curvas e poucas áreas livres que não facilitam a utilização de equipamentos profissionais. Por outro lado esses produtos não têm a mesma eficiência se aplicados de maneira manual. Outro fator importante a se considerar é que se a pintura da motocicleta for adequadamente conservada, não existira a necessidade da utilização desses serviços e produtos.

5.2 – Massas para Polimento:
São aqueles produtos utilizados para remover com bastante eficiência a camada superior da pintura ou do verniz, em geral são de uso profissionais, normalmente encontrados em casas que vendem tintas e produtos para pintura automotiva. São classificas conforme a gramatura de seus abrasivos, existem as “grossas”, “médias”, “finas” ou “numero 1”, “numero 2”, etc. No uso não profissional geralmente são utilizadas para remover arranhões e riscos mais profundos. Pelo elevado desgaste que causam na pintura sua utilização não é aconselhada para a conservação no dia a dia das pinturas de motocicletas. Sua aplicação é mais “pesada” e sua remoção é bem mais difícil.

5.3 – Ceras Automotivas:
A ceras para limpeza e conservação das pinturas automotivas são produtos facilmente encontrados em hipermercados e supermercados. São os produtos mais utilizados por quem gosta de cuidar pessoalmente da pintura de automóveis e motocicletas. Existe uma variedade imensa de marcas e tipos, disponíveis na consistência pastosa ou liquida.
A diferença básica com relação à massa de polimento, é que seus abrasivos em são mais finos, e dessa forma é muito mais fácil e mais segura de ser utilizada.
De preferência para as ceras liquidas, como a pintura das motos tem muitos detalhes, entranhas, rebarbas, adesivos, etc. ela ira deixar menos resíduos nesses locais.

5.4 – Limpadores e Ceras sem Abrasivos:
Existem muitos produtos de uso domestico que podem ser utilizados para limpar e dar brilho, como por exemplo, o lustra moveis. Esses produtos são identificados por não possuírem nenhum tipo de abrasivo. Devem ser aplicados após a lavagem das motocicletas com pinturas novas ou bem limpas que não apresentem sedimentação de sujeira. Existem também produtos profissionais com essas características, a base de ceras como a de carnaúba, mas sua comercialização é mais restrita, em geral são mais difíceis de serem encontradas.

5.5 – Xampus Especiais com Proteção:
Atualmente existem xampus para lavagem que contem em sua formula algum tipo de produto como o silicone ou ceras especiais, que quando se enxuga à pintura ela fica com uma espécie de revestimento, um filme, que ira dar brilho e proteção. Esses xampus são aconselhados para a lavagem de motocicletas novas e motocicletas com pintura bem limpa sem incrustações. O ideal é utilizá-lo nas lavagens mais rápidas onde não se pretende fazer um acabamento mais esmerado. Nessa linha existem também ceras liquidas para serem utilizados após a lavagem com a pintura ainda molhada. Mas esses produtos são de uso exclusivamente profissionais, normalmente utilizados por lava rápidos automotivos.

5.6 – Ceras Tipo Auto Brilho:
Existem ainda as ceras profissionais tipo auto brilho, que também não contem abrasivos e são bem mais eficientes, mas também bem mais caras normalmente sua formula resulta na formação de películas que dão muito brilho e proteção, em geral sua base é de carnaúba. Devem ser aplicadas na pintura após a utilização ceras de limpeza, a aplicação é manual, mas exige certo conhecimento profissional para ser usada.

6 – Aplicando a Cera:

6.1 - Escolha uma área especifica de cada vez onde você ira trabalhar com a cera, por exemplo: tanque, para lama dianteiro, lateral direita, lateral esquerda, rabeta, etc.
6.2 - Envolva uma das laterais de uma flanela em apenas dois dedos (indicador e médio).
6.3 - Coloque uma quantidade bem pequena de cera na parte do pano que recobre as pontas internas dos dedos, e com a outra mão espalhe bem a cera sobre o pano antes de começar a aplicar, essa operação visa reduzir o excedente de cera a fim de evitar que as sobras se alojem em frestas e frisos.
6.4 - Com as pontas internas desses dois dedos, passe nas peças iniciando pelo centro e pelos locais mais amplos, essa etapa também tem a função de reduzir o volume de cera em utilização, antes de chegar nos locais com frisos e frestas.
6.5 - Conforme a cera vai secando e também ficando com menos quantidade no pano você vai então se deslocando para os locais onde existe a possibilidade de acumular excessos de cera.
6.6 - Vá passando com pressão média, lembrando que essa etapa tem função de remover os sedimentos e micro sedimentos incrustados no verniz e reduzir os riscos.
6.7 - É nessa etapa que você devera remover incrustações visíveis como restos de insetos solidificados, riscos maiores, etc. Nesse caso, se necessário você deve aumentar pressão dos dedos.
6.8 - Repita essa atividade quantas vezes forem necessárias para remover todos essas incrustações e riscos até cumprir a completa limpeza de toda área escolhida.
6.9 - Imediatamente após essa etapa, pegue uma flanela limpa e seca e com a palma da mão faça a remoção de todo excesso de cera que neste momento já estará secando.
6.10 - Vá passando com pressão leve, e a cada momento reduzindo a pressão, lembrando que essa etapa tem a função de dar polimento e gerar o brilho.
6.11 - Essa etapa só acaba quando a pintura estiver completamente polida e brilhando.
6.12 - Escolha uma nova área especifica para trabalhar e reinicie todo o processo.

7 – Dicas Gerais:

7.1 - Outros Produtos:
Existe ainda uma serie de outros produtos voltados para aplicações especificas como, por exemplo, nos cromados, esses produtos tem sua ação mais química, realizada pela sua parte liquida, sendo seu abrasivo finíssimo a fim de não riscar o cromado. Em geral não são aconselhados para pinturas automotivas. Cuidado com produtos não específicos que podem detonar com a pintura, em especial solventes e reagentes muito fortes.

7.2- Mistura de Produtos:
Apesar de classificar acima as pinturas em geral quanto ao seu estado de conservação em apenas três categorias, na realidade existe uma infinidade de possibilidades de acordo com o estado de conservação e limpeza de cada motocicleta. Dessa forma você pode ainda misturar produtos para conseguir soluções especificas para cada um desses casos. Você pode assim trabalhar, por exemplo, com concentração de produtos mais ou menos abrasivos, misturados com produtos que dão mais brilho etc. E assim conseguir um novo produto com a exata concentração para o local que se pretende usar.

7.3 - De preferência para as Ceras Liquidas:
Procure dar preferência paras ceras liquidas, como a moto tem muitos detalhes, entranhas, rebarbas, adesivos, etc. esse tipo de cera é a que deixa o menor excesso nesses locais. As ceras pastosas têm mais facilidade de se alojarem em frisos e pequenos detalhes da pintura, deixando aquelas famosas marcas brancas de cera, que após estarem secas são de difícil remoção.

7.4 – Outras aplicações:
Na realidade todo o conceito para conservação de pinturas é genérico, e você pode adequar o conhecimento aprendido para utilizar em qualquer local pintado como capacetes, automóveis, eletrodomésticos, etc.

7.4 – O Segredo esta na experiência:
Apesar desta matéria visar transmitir conhecimentos específicos sobre a conservação de pinturas de motocicletas, o verdadeiro aprendizado esta na realização efetiva dessa atividade. Quanto mais você praticar e também trocar experiências com outros amigos motociclistas melhor resultado e eficiência você conseguira.

Tomás André dos Santos - tasmotos